AOS DESAVISADOS , SE LIGUEM!!!
Ao contrário do que se pensa, os Exús não são os diabos e espíritos malignos ou imundos que algumas religiões pregam, tampouco são espíritos endurecidos ou obsessores que um grande número de espíritas crêem.
Os "diabos" ou demônios são seres mitológicos, já
"desvendados" pela doutrina espírita, portanto, não existem.
Espíritos trevosos ou obsessores são espíritos que se encontram desajustados perante a Lei Divina. Provocam os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças, calcadas no ódio doentio.
Aguardam, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente) .
São conhecidos, pelos umbandistas, como kiumbas. Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas.
Este baixo astral é uma enorme "egrégora" formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam esta
faixa vibracional e os kiumbas se comprazem nisso, já que se sentem mais fortalecidos.
Cada mal praticado por um espírito, o leva a cada vez mais para "baixo". As quedas são frequentes e provocam mais e mais revoltas.
Apesar de todo este quadro, pouco esperançoso, há também o lado da Luz, da Lei, do Bem. E este lado é ainda mais organizado que as organizações das trevas.
Existem, também, diversas organizações, com variados trabalhos e ações, mas com um único objetivo de resgatar das trevas e do mal, os espíritos "caídos".
Vemos colônias espirituais, hospitais no astral, postos avançados da Luz nos Umbrais, caravanas de tarefeiros, correntes de cura, socorristas, etc., afeitos e afinizados aos trabalhos dos centros espíritas. Vemos também, outros trabalhadores espirituais, ligados
aos cultos afros.
Especificamente, na Umbanda, vemos através das Sete Linhas, vários Orixás hierarquizados. Existem vários níveis na hierarquia dos Orixás. Começando pelos mais altos espíritos, que estão próximos do Criador, até os Orixás Menores ou Planetários (aqueles que são ligados e responsáveis por cada orbe, pela sua evolução).
Abaixo destes Orixás, estão os chefes de legiões e suas hierarquias, Estes espíritos "chefes" usam as três roupagens básicas: Caboclos,Pretos-Velhos e Crianças.
Outras entidades tais como: baianos, boiadeiros, marinheiros, etc.,
são espíritos que compõe as sub-linhas afeitas e subordinadas às sete linhas e aos chefes de legiões.
Alguns caboclos, crianças ou pretos-velhos, às vezes, usam algumas destas roupagens para determinados trabalhos ou missões.
Como em nosso Universo (Astral) as manifestações se dividem em duas e manifestam-se como pares: positivo-negativo, ativo-passivo, masculino-feminino, etc.
A Umbanda, que é paralela ativa, tem como par passivo a Kimbanda (não confundir com a kiumbanda, que é a manifestação das trevas).
A Kimbanda, que é a força paralela passiva da Umbanda, força
equilibradora da Umbanda. A Kimbanda - São os Sete Planos Opostos da Lei, é o conjunto oposto da Lei. Quando falamos em "oposto" à Lei, não queremos dizer aquilo que está em desacordo à Lei, mas a maneira oposta de como a Lei é aplicada. Na Kimbanda que os Exus se manifestam, a Kimbanda, portanto é o "reino" dos Exús.
Os Exús são os "mensageiros" dos Orixás aqui na Terra. Através deles, os Orixás podem se manifestar nas trevas. Então, para cada chefe de falange, sub-chefe, etc., na Umbanda, temos uma entidade correspondente (ou par) na Kimbanda.
Os Exús são considerados como "policiais" que agem pela Lei, no submundo do "crime" organizado. As "equipes" de Exus sempre estão nestas zonas infernais, mas, não vivem nela. Passam a maior parte do tempo nela, mas, não fazem parte dela. Devido a esta característica, os Exús, são confundidos com os kiumbas. Videntes os veem nestes
lugares e erroneamente dizem que eles são de lá.
Os "diabos" ou demônios são seres mitológicos, já
"desvendados" pela doutrina espírita, portanto, não existem.
Espíritos trevosos ou obsessores são espíritos que se encontram desajustados perante a Lei Divina. Provocam os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças, calcadas no ódio doentio.
Aguardam, enfim, que a Lei os "recupere" da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente) .
São conhecidos, pelos umbandistas, como kiumbas. Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas.
Este baixo astral é uma enorme "egrégora" formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores, raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam esta
faixa vibracional e os kiumbas se comprazem nisso, já que se sentem mais fortalecidos.
Cada mal praticado por um espírito, o leva a cada vez mais para "baixo". As quedas são frequentes e provocam mais e mais revoltas.
Apesar de todo este quadro, pouco esperançoso, há também o lado da Luz, da Lei, do Bem. E este lado é ainda mais organizado que as organizações das trevas.
Existem, também, diversas organizações, com variados trabalhos e ações, mas com um único objetivo de resgatar das trevas e do mal, os espíritos "caídos".
Vemos colônias espirituais, hospitais no astral, postos avançados da Luz nos Umbrais, caravanas de tarefeiros, correntes de cura, socorristas, etc., afeitos e afinizados aos trabalhos dos centros espíritas. Vemos também, outros trabalhadores espirituais, ligados
aos cultos afros.
Especificamente, na Umbanda, vemos através das Sete Linhas, vários Orixás hierarquizados. Existem vários níveis na hierarquia dos Orixás. Começando pelos mais altos espíritos, que estão próximos do Criador, até os Orixás Menores ou Planetários (aqueles que são ligados e responsáveis por cada orbe, pela sua evolução).
Abaixo destes Orixás, estão os chefes de legiões e suas hierarquias, Estes espíritos "chefes" usam as três roupagens básicas: Caboclos,Pretos-Velhos e Crianças.
Outras entidades tais como: baianos, boiadeiros, marinheiros, etc.,
são espíritos que compõe as sub-linhas afeitas e subordinadas às sete linhas e aos chefes de legiões.
Alguns caboclos, crianças ou pretos-velhos, às vezes, usam algumas destas roupagens para determinados trabalhos ou missões.
Como em nosso Universo (Astral) as manifestações se dividem em duas e manifestam-se como pares: positivo-negativo, ativo-passivo, masculino-feminino, etc.
A Umbanda, que é paralela ativa, tem como par passivo a Kimbanda (não confundir com a kiumbanda, que é a manifestação das trevas).
A Kimbanda, que é a força paralela passiva da Umbanda, força
equilibradora da Umbanda. A Kimbanda - São os Sete Planos Opostos da Lei, é o conjunto oposto da Lei. Quando falamos em "oposto" à Lei, não queremos dizer aquilo que está em desacordo à Lei, mas a maneira oposta de como a Lei é aplicada. Na Kimbanda que os Exus se manifestam, a Kimbanda, portanto é o "reino" dos Exús.
Os Exús são os "mensageiros" dos Orixás aqui na Terra. Através deles, os Orixás podem se manifestar nas trevas. Então, para cada chefe de falange, sub-chefe, etc., na Umbanda, temos uma entidade correspondente (ou par) na Kimbanda.
Os Exús são considerados como "policiais" que agem pela Lei, no submundo do "crime" organizado. As "equipes" de Exus sempre estão nestas zonas infernais, mas, não vivem nela. Passam a maior parte do tempo nela, mas, não fazem parte dela. Devido a esta característica, os Exús, são confundidos com os kiumbas. Videntes os veem nestes
lugares e erroneamente dizem que eles são de lá.
CATIMBÓ - Mestre Jatobá - Mentor

O Catimbó não está ligado aos Orixás Africanos. No Catimbó trabalham os Mestres, que foram pessoas que viveram e ao morrerem se "encantaram". Geralmente os mestres são entidades que praticam o Catimbó, muito embora haja similaridades com cultos afros, não há sincretizações. Não existem Mestres do bem ou do mal. Os Mestres tanto podem trabalhar para o bem como para o mal.
O Catimbó cultua ervas, símbolos e santos católicos, o uso do caldeirão e rituais de magia, com base na religião católica de onde busca os seus santos, óleos, água benta e outros objetos litúrgicos. É também uma prática espirita que trabalha com a incorporação de espíritos.
Os primeiro elementos do Catimbó é o uso da defumação para curar doenças, o emprego do fumo para entrar em estado de transe, a idéia do mundo dos espíritos entre os quais a alma viaja durante o êxtase, onde há casa e cidades análogas às nossas. A grande diferença é que a fumaça na pajelança é absorvida, enquanto no Catimbó ela é expelida
ORIXÁ OXALÁ
Orixá masculino, de origem Iorubá (nagô) bastante cultuado
no Brasil, onde costuma ser considerado a divindade mais importante do panteão
africano. Na África é cultuado com o nome de Obatalá . Quando porém os negros
vieram para cá, como mão-de-obra escrava na agricultura, trouxeram consigo,
além do nome do Orixá, uma outra forma de a ele se referirem, Orixalá , que
significa, orixá dos orixás. Numa versão contraída, o nome que se acabou
popularizando, é OXALÁ.
Esta relação de importância advém de a organização de
divindades africanas ser uma maneira simbólica de se codificar as regras do
comportamento. Nos preceitos, estão todas as matrizes básicas da organização
familiar e tribal, das atitudes possíveis, dos diversos caminhos para uma mesma
questão. Para um mesmo problema, orixás diferentes propõem respostas diferentes
- e raramente há um acordo social no sentido de estabelecer uma das saídas como
correta e a outra não. A jurisprudência africana nesse sentido prefere conviver
com os opostos, estabelecendo, no máximo, que, perante um impasse, Ogum faz
isso, Iansã faz aquilo , por exemplo.
Assim, Oxalá não tem mais poderes que os outros nem é
hierarquicamente superior, mas merece o respeito de todos por representar o
patriarca, o chefe da família. Cada membro da família tem suas funções e o
direito de se inter-relacionar de igual para igual com todos os outros membros,
o que as lendas dos Orixás confirmam através da independência que cada um
mantém em relação aos outros. Oxalá, porém, é o que traz consigo a memória de
outros tempos, as soluções já encontradas no passado para casos semelhantes,
merecendo, portanto, o respeito de todos numa sociedade que cultuava ativamente
seus ancestrais. Ele representa o conhecimento empírico, neste caso colocado
acima do conhecimento especializado que cada Orixá pode apresentar: Ossanhe, a
liturgia; Oxóssi, a caça; Ogum, a metalurgia; Oxum, a maternidade; Iemanjá, a educação; Omolu, a medicina - e assim por diante.
Oxalá é o princípio gerador em potencial, o responsável pela
existência de todos os seres do céu e da terra. É o que permite a concepção no
sentido masculino do termo. Sua cor é o branco, porque ela é a soma de todas as
cores.
Por causa de Oxalá a cor branca esta associada ao candomblé
e aos cultos afro-brasileiros em geral, e não importa qual o santo cultuado num
terreiro, nem o Orixá de cabeça de cada filho de santo, é comum que se vistam
de branco, prestando homenagem ao Pai de todos os Orixás e dos seres humanos.
Se essa mesma, gostar e quiser usar roupas com as cores do seu ELEDÁ (primeiro
Orixá de cabeça) e dos seus AJUNTÓS (adjutores auxiliares do Orixá de cabeça)
não terá problema algum, apenas dependendo da orientação da cúpula espiritual
dirigente do terreiro.
Segundo as lendas, Oxalá é o pai de todos os Orixás,
excetuando-se Logunedé , que é filho de Oxóssi e Oxum, e Iemanjá que tem uma filiação
controvertida, sendo mais citados Odudua e Olokum como seus pais, mas
efetivamente Oxalá nunca foi apontado como seu pai.
Os filhos de Oxalá, portanto, são pessoas tranquilas, com
tendência à calma, até nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo
sem que se esforcem objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos, mas
nunca de maneira subserviente. Às vezes chegam a ser autoritários, mas isso
acontece com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários como ajuntós.
Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que
impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si mesmos. São
reservados, mas raramente orgulhosos.
Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando
têm certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão errados
ou que existem outros caminhos para a resolução de um problema.
No Oxalá mais velho (OXALUFÃ) a tendência se traduz em
ranzinzice e intolerância, enquanto no Oxalá novo (OXAGUIÃ) tem um certo furor
pelo debate e pela argumentação.
Para Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes
que a ação, não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita
ou falada) seja o ponto fundamental.
Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte
majestoso ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na
constituição física; não é alto e magro como o filho de Ogum nem tão compacto e
forte como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e se
postar dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado, como se o peso de toda
uma longa vida caísse sobre seus ombros, mesmo em se tratando de alguém muito
jovem.
ORIXÁ IEMANJÁ

É uma das rainhas das águas, sendo as duas salgadas: as
águas provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os
vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes; e o mar, sua
morada, local onde costuma receber os presentes e oferendas dos devotos.
Na África, a origem de Iemanjá também é um rio que vai
desembocar no mar. De tanto chorar com o rompimento com seu filho Oxóssi, que a
abandonou e foi viver escondido na mata junto com o irmão renegado Ossanhe.
Iemanjá se derreteu, transformando-se num rio que foi desembocar no mar. É a
mãe de quase todos os Orixás de origem iorubá.
É portanto semelhante às outras mães da água, o que é
compreensível, já que as diferentes tribos e nações acabaram por desenvolver o
culto a um Orixá feminino específico, que relacionavam com um rio da região. No
caso de Iemanjá, as lendas africanas já a identificavam com o mar.
Apesar dos preceitos tradicionais relacionarem tanto Oxum
como Iemanjá à função da maternidade, pôde estabelecer-se uma boa distinção
entre esse conceitos. As duas Orixás não rivalizam ( Iemanjá praticamente na
rivaliza com ninguém, enquanto Oxum é famosa por suas pendências amorosas que a
colocaram contra Iansã e Obá ). Cada uma domina a maternidade num momento
diferente.
No arquétipo psicológico, expandem-se as características
insinuadas pela descrição dos mitos e lendas de Iemanjá. Também fica fácil
entender os conceitos principais se mantivermos a comparação com o Orixá Oxum.
Como os filhos da mãe da água doce, os de Iemanjá, também gostam de luxo, das
jóias caras e dos tecidos vistosos. Gostam de viver num ambiente confortável e,
mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se
comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte.
Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de
Iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais,
mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres
básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo.
Como são pessoas presas ao arquétipo da mãe, a família e os
filhos têm grande importância na vida dos filhos de Iemanjá. A relação com eles
pode ser carinhosa, mas nunca esquecendo conceitos tradicionais como respeito e
principalmente hierarquia.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta
da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou associar-se
cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde
rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do
cotidiano.
Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela
própria carreira, sem grandes planos para atividades a longo prazo, a não ser
quando se trata do futuro de filhos e entes próximos.
Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida,
refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém
doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande capacidade de empatia
com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são qualidades em
Iemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter
uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos
estariam sob sua responsabilidade . Os filhos de Iemanjá demoram muito para confiar
em alguém, bons conhecedores que são da natureza humana. Quando finalmente
passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e íntimo círculo de amigos,
porém, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja
nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas
falhas humanas.
Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo
questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais.
ORIXÁ OXUM
Oxum é o nome de um rio em Oxogbo, região da Nigéria. É ele
considerado a morada mítica da Orixá. Apesar de ser comum a associação entre
rios e Orixás femininos da mitologia africana, Oxum é destacada como a dona da
água doce e, por extensão, de todos os rios. Portanto seu elemento é a água em
discreto movimento nos rios, a água semi-parada das lagoas não pantanosas, pois
as predominantemente lodosas são destinadas à Nanã e, principalmente as
cachoeiras são de Oxum, onde costumam ser-lhe entregues as comidas rituais
votivas e presentes de seus filhos-de-santo.
Oxum tem a ela ligado o conceito de fertilidade, e é a ela
que se dirigem as mulheres que querem engravidar, sendo sua a responsabilidade
de zelar tanto pelos fetos em gestação como pelas crianças recém-nascidas, até
que estas aprendam a falar.
Dentro desta perspectiva, Iemanjá e Oxum dividem a
maternidade. Mas há também outro forma de análise; a por faixas etárias,
correspondentes a cada arquétipo básico.
Nanã é a matriarca velha, ranzinza, avó que já teve o poder
sobre a família e o perdeu, sentindo-se relegada a um segundo plano. Iemanjá é
a mulher adulta e madura, na sua plenitude. É a mãe das lendas – mas nelas,
seus filhos são sempre adultos. Apesar de não ter a idade de Oxalá ( sendo a
segunda esposa do Orixá da criação, e a primeira é a idosa Nanã ), não é jovem.
É a que tenta manter o clã unido, a que arbitra desavenças entre personalidades
contrastantes, é a que chora, pois os filhos adultos já saem debaixo de sua asa
e correm os mundos, afastando-se da unidade familiar básica.
Para Oxum, então, foi reservado o posto da jovem mãe, da
mulher que ainda tem algo de adolescente, coquete, maliciosa, ao mesmo tempo
que é cheia de paixão e busca objetivamente o prazer. Sua responsabilidade em
ser mãe se restringe às crianças e bebês. Começa antes, até, na própria
fecundação, na gênese do novo ser, mas não no seu desenvolvimento como adulto.
Oxum também tem como um de seus domínios, a atividade sexual e a sensualidade
em si, sendo considerada pelas lendas uma das figuras físicas mais belas do
panteão mítico iorubano.
Oxum é ambiciosa. Segundo a tradição iorubá, seu metal é o
cobre – mas a correlação com o ouro não está basicamente errada, pois, de
acordo com os historiadores, o cobre era o metal mais caro conhecido naquela
região. Oxum, portanto, gosta das riquezas materiais, mas não numa perspectiva
de usura nem uma mesquinhez de quem quer ter riquezas para escondê-las.
A iniciação (na Umbanda ou no Candomblé) é um nascimento e o
poder da fecundidade tem de estar presente, pois Oxum mostrou que a
menstruação, em vez de constituir motivo de vergonha e de inferioridade nas
mulheres, pelo contrário proclama a realidade do poder feminino, a
possibilidade de gerar filhos.
Além disso, o fluir nada fixo da água doce pelos diversos
caminhos, a maneabilidade do elemento se manifestam no comportamento de Oxum.
Sua busca de prazer implica sexo e também ausência de conflitos abertos – é dos
poucos Orixás iorubas que absolutamente não gosta da guerra.
O arquétipo psicológico associado a Oxum se aproxima da
imagem que se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da calma
que pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas - tudo que não é nem reto
nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros. Os filhos de
Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo diretamente, por
isso mesmo, são muito persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente
delineados, chegando mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.
A imagem doce, que esconde uma determinação forte e uma
ambição bastante marcante, colabora a tendência que os filhos de Oxum têm para
engordar; gostam da vida social, das festas e dos prazeres em geral.
O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a
ter uma vida sexual intensa e significativa, mas diferente dos filhos de Iansã
ou Ogum.
Os filhos de Oxum são mais discretos, pois, assim com
apreciam o destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa
denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que constroem cautelosamente.
Na verdade os filhos de Oxum são narcisistas demais para
gostarem muito de alguém que não eles próprios – mas sua facilidade para a
doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os seres mais
apaixonados e dedicados do mundo.
Até um dos defeitos mais comuns associados à
superficialidade de Oxum é compreensível como manifestação mais profunda: seus
filhos tendem a ser fofoqueiros, mas não pelo mero prazer de falar e contar os
segredos dos outros, mas porque essa é a única maneira de terem informações em
troca.
ORIXÁ OBÁ
Orixá guerreira, considerada até como uma Iansã velha.
Senhora do rio Obá, na Nigéria, patrocinadora de conflitos, energia que se
desenvolve nos coriscos. Mulher de Xangô.
Na natureza, Obá está ligada às enchentes, às cheias dos
rios, às inundações. É ela quem vai reger todos esses fenômenos, sejam naturais
ou provocados por erros humanos. Seu encantamento é feito desta forma, quando
um rio transborda, inundando tudo.
Obá está presente também nos coriscos, poder que lhe foi
dado pelo marido Xangô, pois ela também tem ligação com a energia elétrica, a
eletricidade. É poderosa, sábia, madura e realista.
Na vida dos seres humanos, Obá rege a desilusão amorosa, a
tristeza, o sentimento de perda, o ciúme, a incapacidade do homem de ter aquilo
que ama e deseja. Obá é a raiva, a solidão, a depressão, o sentimento de
abandono.
Quando nos sentimos traídos, abandonados, sem esperança, com raiva, frustrados em nossos objetivos, desencadeamos
essa força da natureza chamada Obá, que mexe no nosso interior. E a lógica diz
que Obá é a "ultima gota", que faz transbordar nossos sentimentos.
Daí sua regência também nas enchentes e inundações. É um ato de excesso, de
excesso, de explosão, de revolta, desencadeado por esta força cósmica. Se um rio
enche e transborda, é porque não suporta mais o volume de água, deixando
escapar "aquilo que já não cabe mais". Isso é Obá, essa é a sua
regência, seus encantamento, sua influência.
Obá é o desabafo: " já não suporto mais..." , é a
agitação do sentimento indevidamente mexido, afetado por algo ruim.
São pessoas valorosas e incompreendidas. Suas tendências são
um pouco viril. As suas atitudes militantes e agressivas são consequências de
experiências infelizes ou amargas por elas vividas. Os seus insucessos
devem-se, frequentemente, a um ciúme um tanto mórbido. Entretanto, encontram
compensação para as frustrações sofridas em sucessos materiais, onde a sua
avidez de ganho e o cuidado de nada perder dos seus bens tornam-se garantia de
sucesso.
ORIXÁ IANSÃ

Oyá, que deve ser saudada após os trovões, não pelo raio em
si (propriedade de Xangô ao qual ela costuma ter acesso), mas principalmente
porque tem sido Iansã uma das mais apaixonadas amantes de Xangô, o senhor da
justiça não atingiria quem se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo tempo, ela é
a senhora do vento e, consequentemente, da tempestade.
Nas cerimônias da Umbanda e do Candomblé, Iansã, ela surge
quando incorporada a seus filhos, como autêntica guerreira, brandindo sua
espada, ameaçando os outros, prometendo a guerra, sempre guerreira e, ao mesmo
tempo, feliz. Ela sabe amar, e gosta de mostrar seu amor e sua alegria
contagiantes da mesma forma que desmedida com que exterioriza sua cólera.
A figura de Iansã sempre guarda boa distância das outras personagens
femininas centrais do panteão mitológico africano, se aproxima mais dos
terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois está presente tanto nos
campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios
de risco e de aventura .
É extremamente sensual, apaixona-se com frequência e a
multiplicidade de parceiros é uma constante na sua ação, raramente ao mesmo
tempo, já que Iansã costuma ser íntegra em suas paixões; assim nada nela é
medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus arrependimentos
dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de
mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. É o Orixá do
arrebatamento, da paixão.
Arquetipicamente, Iansã é a mulher guerreira que, em vez de
ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as
batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.
Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos,
agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa
estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, que
enfrentam a guerra do dia-a-dia, os filhos de Iansã costumam ser mais
individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha,
vencerão todos os problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos
de Ogum.
O temperamento dos que têm Oyá como Orixá de cabeça, costuma
ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não
mereceriam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de energia.
São do tipo Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso
ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um
amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma
irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos
particulares de sua vida.
Como esse arquétipo que gera muitos fatos, é comum que
pessoas de Iansã surjam frequentemente nos noticiários. Ao mesmo tempo, é um
caráter cheio de variações, de atitudes súbitas e imprevisíveis que costumam
fascinar ( senão aterrorizar ) os que os cercam e os grandes interessados no
comportamento humano.
Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e diretos. Às
vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas só detidamente. A longo prazo, um
filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e
pretensões. Eles têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular,
pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente e podem terminar mais
inesperadamente ainda. São muito ciumentos, possessivo, muitas vezes se
mostrando incapazes de perdoar qualquer traição - que não a que ele mesmo faz
contra o ser amado. Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos
escolhidos ara seu círculo mais íntimo.
Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a inconstância com
que vê sua vida amorosa; outros detalhes podem também contaminar os aspectos
profissionais.
Todas essas características
criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de
Iansã. Se por um lado são alegres e expansivos, por outro, podem ser muito
violentos quando contrariados; se têm a tendência para a franqueza e para o
estilo direto, também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores
provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos
de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.
ORIXÁ XANGÔ

Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo
isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das
lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela
maior parte de seus filhos, quando inquiridos.
Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas,
hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá
do raio e do trovão.
Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade. Seu raio e
eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os
prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente - a famosa balança da
Justiça. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas
cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços.
Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o
próprio Orixá.
O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado
estilizado com duas lâminas, que indica o poder de Xangô, corta em duas
direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um
lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa,
seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca
de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada.
Xangô então, é o administrador que se curva à experiência e
sabedoria do velho Oxalá, o símbolo do poder em toda sua plenitude, mas que
deve ser acatado por Xangô quando em suas decisões intervir.
Xangô portanto, já é adulto o suficiente para não se
empolgar pelas paixões e pelos destemperos, mas vital e capaz o suficiente para
não servir apenas como consultor.
O arquétipo associado a Xangô está próximo do déspota
esclarecido, aquele que tem o poder, exerce-o inflexivelmente, não admite
dúvidas em relação a seu direito de detê-lo, mas julga a todos segundo um
conceito estrito e sólido de valores claros e pouco discutíveis. É variável no
humor, mas incapaz de conscientemente cometer uma injustiça, fazer escolha movido
por paixões, interesses ou amizades.
Xangô é o Orixá julgador, destruidor,
inteligente, impulsivo, violento. Representa o poder transformador do fogo, é o
padroeiro dos intelectuais e artistas. Seu número simbólico é o doze, assim
como doze são os ministros.
ORIXÁ OXUMARÉ

Qualquer definição mais rígida é difícil e arriscada. Não se
pode nem dizer que seja um Orixá masculino ou feminino, pois ele é as duas
coisas ao mesmo tempo; metade do ano é macho, a outra metade é fêmea. Por isso
mesmo a dualidade é o conceito básico associado a seus mitos e a seu arquétipo.
Essa dualidade onipresente faz com que Oxumarê carregue
todos os opostos e todos os antônimos básicos dentro de si: bem e mal, dia e
noite, macho e fêmea, doce e amargo, etc.
Nos seis meses em que é uma divindade masculina, é
representado pelo arco-íris que, segundo algumas lendas é a ponte que
possibilita que as águas de Oxum sejam levadas ao castelo no céu de Xangô. Por
essa lenda, é atribuído a Oxumarê o poder de regular as chuvas e as secas, já
que, enquanto o arco-íris brilha, não pode chover. Ao mesmo tempo, a própria
existência do arco-íris é a prova de que a água está sendo levada para os céus
em forma de vapor, onde então se aglutinará em forma de nuvem, passará por nova
transformação química recuperando o estado líquido e voltará à terra sob essa
forma, recomeçando tudo de novo: a evaporação da água, novas nuvens, novas
chuvas, etc.
Nos seis meses consequentes, o Orixá assume forma feminina e
se aproxima de todos os opostos do que representou no semestre anterior. É
então, uma cobra, obrigado a se arrastar agilmente tanto na terra como na água,
deixando as alturas para viver sempre junto ao chão, perdendo em transcendência
e ganhando em materialismo. Sob essa forma, segundo alguns mitos, Oxumarê
encarna sua figura mais negativa, provocando tudo que é mau e perigoso.
É o Orixá da tese e da antítese. Por isso, seu domínio se
estende a todos os movimentos regulares, que não podem parar, como a
alternância entre chuva e bom tempo, dia e noite, positivo e negativo.
Conta-se sobre ele que, como cobra, pode ser bastante
agressivo e violento, o que o leva a morder a própria cauda. Isso gera um
movimento moto-contínuo pois, enquanto não largar o próprio rabo, não parará de
girar, sem controle. Esse movimento representa a rotação da Terra, seu
translado em torno do Sol, sempre repetitivo- todos os movimentos dos planetas
e astros do universo, regulados pela força da gravidade e por princípios que
fazem esses processos parecerem imutáveis, eternos, ou pelo menos muito
duradouros se comparados com o tempo de vida médio da criatura humana sobre a
terra.
Enquanto o arco-íris traz a boa notícia do fim da
tempestade, da volta do sol, da possibilidade de movimentação livre e
confortável, a cobra é particularmente perigosa para uma civilização das
selvas, já que ela está em seu habitat característico, podendo realizar rápidas
incertas.
Oxumarê é o arquétipo das pessoas que desejam ser ricas; das
pessoas pacientes e perseverantes nos seus empreendimentos e que não medem
sacrifícios para atingir seus objetivos .
Seus filhos estão entre aquelas pessoas que, de tempos em
tempos, mudam tudo em sua vida: mudam de casa, de amigos, de emprego, como se
ciclos se sucedessem sempre, obrigatoriamente, exigindo e provocando rompimento
com o passado e iniciando a busca de um novo equilíbrio que deverá persistir
até num novo momento de ruptura, desintegração e substituição.
Também são apontados nos filhos de Oxumarê certos traços de
orgulho e de ostentação, algo que os aproxima do clichê do novo-rico,
exibicionista, quando surge um grave problema para alguém de sua amizade, e que
precisa efetivamente da sua ajuda.
Fisicamente, os filhos de
Oxumarê tendem a se movimentar extremamente leve, pouco levantando os pés do
chão. Têm em comum com a cobra a facilidade em serem silenciosos, armarem seus
botes na vida sem que as pessoas em torno se apercebam disso e só atacando seus
inimigos quando têm plena certeza da vitória, que a vítima está encurralada num
território que não é o seu.
ORIXÁ NANÃ

Muitos são portanto os mistérios que Nanã-terra esconde,
pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer
novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova
encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a
responsável por esse período é justamente Nanã.
Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem o invoca em geral a mesma e sempre relação austera que mantém com o mundo.
Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem o invoca em geral a mesma e sempre relação austera que mantém com o mundo.
Pierre Verger aponta que Nanã, no culto daomeano, teria um
posto hierárquico semelhante ao de Oxalá ou até mesmo do Deus Supremo Olorum .
Neste contexto, era uma figura feminina mas às vezes também alguém acima das
distinções macho e fêmea, pois constituía, num par completo, pai e mãe
unificados de todas as coisas, fossem os seres humanos, fossem os Orixás.
Uma pessoa que tenha Nanã como Orixá de cabeça (mãe no
Eledá), pode levar em conta principalmente a figura da avó: carinhosa às vezes
até em excesso, levando o conceito de mãe ao exagero, mas também ranzinza,
preocupada com detalhes, com forte tendência a sair censurando os outros. Não
tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais pequenos incidentes e
transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, tem uma
grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha
do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e
o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã, através de
seus filhos-de-santo, vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar
as vontades e necessidades dos outros.
Às vezes porém, exige atenção e respeito que julga devido
mas não obtido dos que a cercam. Não consegue entender como as pessoas cometem
certos enganos triviais, como optam por certas saídas que para um filho de Nanã
são evidentemente inadequadas. É o tipo de pessoa que não consegue compreender
direito as opiniões alheias, nem aceitar que nem todos pensem da mesma forma
que ela.
Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões,
as mantém sempre no caminho da sabedoria e da justiça.
Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã, um
pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejarem a volta de
situações do passado, modos de vida que já se foram. Querem um mundo
previsível, estável ou até voltando para trás: são aqueles que reclamam das
viagens espaciais, dos novos costumes, da nova moralidade, etc.
Quanto à dados físicos, são
pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente
têm.
ORIXÁ OMULU

A marca mais forte de Omolu-Obaluaê não é a exibição de seu
sofrimento, mas o convívio com ele. Ele se manifesta numa tendência
autopunitiva muito forte, que tanto pode revelar-se como uma grande capacidade
de somação de problemas psicológicos (isto é, a transformação de traumas
emocionais em doenças físicas reais), como numa elaboração de rígidos conceitos
morais que afastam seus filhos-de-santo do cotidiano, das outras pessoas em
geral e principalmente os prazeres. Sua insatisfação básica, portanto, não se
reservaria contra a vida, mas sim contra si próprio, uma vez que ele foi
estigmatizado pela marca da doença, já em si uma punição.
Em outra forma de extravasar seu arquétipo, um filho do
Orixá , menos negativista, pode apegar-se ao mundo material de forma sôfrega,
como se todos estivessem perigosamente contra ele, como se todas as riquezas
lhe fossem negadas, gerando um comportamento obsessivo em torno da necessidade
de enriquecer e ascender socialmente.
Mesmo assim, um certo toque do recolhimento e da autopunição
de Omolu-Obaluaê serão visíveis em seus casamentos: não raro se apaixonam por
figuras extrovertidas e sensuais que ocupam naturalmente o centro do palco,
reservando ao cônjuge de Omolu-Obaluaê um papel mais discreto. Gostam de ver
seu amado brilhar, mas o invejam, e ficam vivendo com muita insegurança, pois
julgam o outro, fonte de paixão e interesse de todos.
O filho do Orixá oculta sua individualidade com uma máscara
de austeridade, mantendo até uma aura de respeito e de imposição, de certo medo
aos outros. Pela experiência inerente a um Orixá velho, são pessoas irônicas.
Seus comentários, porém, não são prolixos e superficiais, mas secos e diretos,
o que colabora para a imagem de terrível que forma de si próprio.
ORIXÁ OSSANHE

Ossanhe é figura de extrema significação, pois praticamente
todos os rituais importantes utilizam, de uma maneira ou de outra, o sangue
escuro que vem dos vegetais, seja em forma de folhas ou infusões para uso
externo ou de bebida ritualística.
Ossanhe tem uma aura de mistério em torno de si e a sua
especialidade, apesar de muito importante, não faz parte das atividades
cotidianas, constituindo-se mais numa técnica, um ramo do conhecimento que é
empregado quando necessário o uso ritualístico das plantas para qualquer
cerimônia litúrgica, como forma condutora da busca do equilíbrio energético, de
contato do homem com a divindade. Essa é a justificativa para o pequeno número
de filhos de Oçanhe.
Os filhos de Ossanhe são aqueles que não permitem que suas
simpatias e antipatias subjetivas e individuais intervenham em suas decisões ou
influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos.
Essa capacidade de discernimento frio e racional, porém, é o
responsável pela sua falta de interesse. O tipo de Ossanhe é o mais reservado,
pouco intervindo em questões que não lhe digam respeito. Não é introvertido,
mas não se faz notar pela atividade social. Certa aura de mistério ou pelo
menos uma reserva sobre o próprio passado, podem estar presentes, sem chamar a
atenção e evitando que alguém conheça detalhes sobre sua vida pregressa, a qual
geralmente esconde alguma falta importante do passado, possivelmente já
esquecida.
Os filhos de Ossanhe, tem certa atração pela religiosidade e
pelos aspectos ritualísticos da realidade em geral. A ordem, os costumes, as
tradições e os gestos marcados e repetitivos, o fascinam, não no sentido
especificamente reacionário das pessoas que querem a repetição das mesmas e
imutáveis relações sociais , mas nos que elas tem de místico, de teatral. É,
consequentemente, meticuloso, nunca se deixando levar pela pressa ou pela
ansiedade, pois é, caprichoso.
ORIXÁ OXÓSSÍ
Oxóssi é o Orixá masculino ioruba responsável pela fundamental atividade da caça. Por isso na África é também cultuado como Ode , que significa caçador.
Oxóssi é um Orixá que vive ao ar livre e está sempre longe de um lar organizado e estável. Seu combate cotidiano, entretanto, está nas matas, caçando os animais que vão garantir a alimentação da tribo, sendo por isso consagrado como protetor dos caçadores e eterno provedor da subsistência do gênero humano. Protege tanto o que mata o animal como o próprio animal, já que é um fim nobre a morte de um ser para servir de alimento para outro. Protege os antagonistas, o caçador, e a caça, pois são seres do mesmo espaço, a floresta. Por isso Oxóssi nunca aprova a matança pura e simples, para ele a morte dos animais deve garantir a comida para os humanos ou os rituais para os deuses, sendo símbolo de resistência à caça predatória. O conceito de liberdade e independência para Oxóssi é muito claro. Sua responsabilidade principal com relação ao mundo é garantir a vida dos animais para que possam ser caçados. Em alguns cultos de Umbanda, também se atribui à ele o poder sobre as colheitas, já que agricultura foi introduzida historicamente depois da caça como meio de subsistência.
Seus filhos, portanto são aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de independência e de rompimento de laços. Nada pior do que um ruído para afastar a caça, alertar os animais da proximidade do caçador. Assim os filhos de Oxóssi trazem em seu inconsciente o gosto pelo ficar calado, a necessidade do silêncio e desenvolver a observação tão importantes para seu Orixá.
Geralmente Oxóssi é associado às pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. Tem portanto, grande capacidade de concentração e de atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir. Sua luta é baseada na necessidade de sobrevivência e não no desejo de expansão e conquista. Busca a alimentação, o que pode ser entendido como sua luta do dia-a-dia. Esse Orixá é o guia dos que não sonham muito, mas sua violência é canalizada e represada para o movimento certo no momento exato. É basicamente reservado, guardando quase que exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo muito discreto quanto ao seu próprio humor e disposição.
Oxóssi é um Orixá que vive ao ar livre e está sempre longe de um lar organizado e estável. Seu combate cotidiano, entretanto, está nas matas, caçando os animais que vão garantir a alimentação da tribo, sendo por isso consagrado como protetor dos caçadores e eterno provedor da subsistência do gênero humano. Protege tanto o que mata o animal como o próprio animal, já que é um fim nobre a morte de um ser para servir de alimento para outro. Protege os antagonistas, o caçador, e a caça, pois são seres do mesmo espaço, a floresta. Por isso Oxóssi nunca aprova a matança pura e simples, para ele a morte dos animais deve garantir a comida para os humanos ou os rituais para os deuses, sendo símbolo de resistência à caça predatória. O conceito de liberdade e independência para Oxóssi é muito claro. Sua responsabilidade principal com relação ao mundo é garantir a vida dos animais para que possam ser caçados. Em alguns cultos de Umbanda, também se atribui à ele o poder sobre as colheitas, já que agricultura foi introduzida historicamente depois da caça como meio de subsistência.
Seus filhos, portanto são aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de independência e de rompimento de laços. Nada pior do que um ruído para afastar a caça, alertar os animais da proximidade do caçador. Assim os filhos de Oxóssi trazem em seu inconsciente o gosto pelo ficar calado, a necessidade do silêncio e desenvolver a observação tão importantes para seu Orixá.
Geralmente Oxóssi é associado às pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. Tem portanto, grande capacidade de concentração e de atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir. Sua luta é baseada na necessidade de sobrevivência e não no desejo de expansão e conquista. Busca a alimentação, o que pode ser entendido como sua luta do dia-a-dia. Esse Orixá é o guia dos que não sonham muito, mas sua violência é canalizada e represada para o movimento certo no momento exato. É basicamente reservado, guardando quase que exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo muito discreto quanto ao seu próprio humor e disposição.
Os filhos de Oxóssi, portanto, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros, respeitando como sagrado o espaço individual de cada um. Buscam preferencialmente trabalhos e funções que possam ser desempenhados de maneira independente, sem ajuda nem participação de muita gente, não gostando do trabalho em equipe. Ao mesmo tempo , é marcado por um forte sentido de dever e uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre ele que recai o peso do sustento da tribo.
Os filhos de Oxóssi tendem a assumir responsabilidades e a organizar facilmente o sustento do seu grupo ou família. Podem ser paternais, mas sua ajuda se realizará preferencialmente distante do lar, trazendo as provisões ou trabalhando para que elas possam ser compradas, e não no contato íntimo com cada membro da família. Não é estranho que, quem tem Oxóssi como Orixá de cabeça, relute em manter casamentos ou mesmo relacionamentos emocionais muito estáveis. Quando isso acontece, dão preferência a pessoas igualmente independentes, já que o conceito de casal para ele é o da soma temporária de duas individualidades que nunca se misturam. Os filhos de Oxóssi, compartilham o gosto pela camaradagem, pela conversa que não termina mais, pelas reuniões ruidosas e tipicamente alegres, fator que pode ser modificado radicalmente pelo segundo Orixá ( ajuntó ). São pessoas tipicamente extrovertidas, gostando de viver sozinhas, preferindo receber grupos limitados de amigos. É portanto, o tipo coerente com as pessoas que lidam bem com a realidade material, sonham pouco, têm os pés ligados à terra.
ORIXÁ OGUM

É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.
Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas.
É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação.
Tem, junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual.
Tal como Exu, Ogum também gosta de vir à frente. A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nesses momentos (e o abandona nos momentos de prazer e gozo).
Não é difícil reconhecer um filho de Ogum.
Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto.
Os homens e mulheres que têm Ogum como seu Orixá de cabeça, vão ter comportamentos diferentes, de acordo com os segundos e terceiros Orixás que os influencia ajuntós (adjutores). De qualquer forma , terão alguns traços comuns: são conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, consequentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande, a franqueza absoluta, chegando mesmo à falta de tato.
ORIXÁ EXÚ

Sua função mítica é a de mensageiro - é o que leva os pedidos e oferendas do homens aos Orixás, já que o único contato direto entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação, quando o corpo do ser humano é tomado pela energia e pela consciência do seu Orixá pessoal (quando a consciência de quem carrega o Orixá desaparece). É Exu quem traduz as linguagens humanas para a das divindades. Por isso, é imprescindível para a realização de qualquer ritual, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão ( ayé ou orum ) o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados.São muitas as pessoas que têm Exu, como fonte energética principal, mas são poucas as que o sabem.
O arquétipo psicológico associado aos filhos de um Orixá é a síntese das características comportamentais que fazem parte de cada Orixá e que são atribuídas aos seus filhos. Não deve ser encarado como camisa de força que limite os seres humanos, mas guias de comportamento. Essas guias de comportamento ou matrizes , são os Orixás.
No caso dos filhos de Exu, suas características principais seriam a ambivalência e o relativismo, a falta de posturas morais rígidas e inabaláveis, preferindo certo apego à maleabilidade e ao pragmatismo que faz cada situação ser encarada como totalmente independente de outra, cada uma, portanto, merecendo uma saída diferente.
(Texto extraídos do livro Os Orixás , publicado pela Editora Três )
Com a graça de Oxalá!

pela fé que me sustenta,
Pelos amigos que fiz
E continuo fazendo.
Obrigado, Oxalá,
Pelas bençãos de Ogum,
Pela proteção de Iemanjá,
pelo amor de Oxum.
Obrigado, Oxalá,
Pela força de Iansã,
Pela retidão de Xangô,
Pelo colo de Nanã.
Obrigado, Oxalá,
Pelo equilíbrio de Oxosse,
Pelas curas de Omulu,
pelas cores de Oxumarê.
Obrigado, Oxalá,
Pelas folhas de Ossãe,
Pelas Crianças que enchem
de alegria nossos Terreiros,
Pela amizade dos Boiadeiros.
Obrigado, Oxalá,
Pela humildade dos Pretos-Velhos,
Pelas Almas Santas e Benditas,
Pela cumplicidade de Exu e Pomba Gira.
Obrigado, Oxalá,
por fazer de mim um instrumento de trabalho.
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