
Muitos são portanto os mistérios que Nanã-terra esconde,
pois nela entram os mortos e através dela são modificados para poderem nascer
novamente. Só através da morte é que poderá acontecer para cada um a nova
encarnação, para novo nascimento, a vivência de um novo destino – e a
responsável por esse período é justamente Nanã.
Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem o invoca em geral a mesma e sempre relação austera que mantém com o mundo.
Ela é considerada pelas comunidades da Umbanda e do Candomblé, como uma figura austera, justiceira e absolutamente incapaz de uma brincadeira ou então de alguma forma de explosão emocional. Por isso está sempre presente como testemunha fidedigna das lendas. Jurar por Nanã, por parte de alguém do culto, implica um compromisso muito sério e inquebrantável, pois o Orixá exige de seus filhos-de-santo e de quem o invoca em geral a mesma e sempre relação austera que mantém com o mundo.
Pierre Verger aponta que Nanã, no culto daomeano, teria um
posto hierárquico semelhante ao de Oxalá ou até mesmo do Deus Supremo Olorum .
Neste contexto, era uma figura feminina mas às vezes também alguém acima das
distinções macho e fêmea, pois constituía, num par completo, pai e mãe
unificados de todas as coisas, fossem os seres humanos, fossem os Orixás.
Uma pessoa que tenha Nanã como Orixá de cabeça (mãe no
Eledá), pode levar em conta principalmente a figura da avó: carinhosa às vezes
até em excesso, levando o conceito de mãe ao exagero, mas também ranzinza,
preocupada com detalhes, com forte tendência a sair censurando os outros. Não
tem muito senso de humor, o que a faz valorizar demais pequenos incidentes e
transformar pequenos problemas em grandes dramas. Ao mesmo tempo, tem uma
grande capacidade de compreensão do ser humano, como se fosse muito mais velha
do que sua própria existência. Por causa desse fator, o perdão aos que erram e
o consolo para quem está sofrendo é uma habilidade natural. Nanã, através de
seus filhos-de-santo, vive voltada para a comunidade, sempre tentando realizar
as vontades e necessidades dos outros.
Às vezes porém, exige atenção e respeito que julga devido
mas não obtido dos que a cercam. Não consegue entender como as pessoas cometem
certos enganos triviais, como optam por certas saídas que para um filho de Nanã
são evidentemente inadequadas. É o tipo de pessoa que não consegue compreender
direito as opiniões alheias, nem aceitar que nem todos pensem da mesma forma
que ela.
Suas reações bem equilibradas e a pertinência das decisões,
as mantém sempre no caminho da sabedoria e da justiça.
Todos esses dados indicam também serem os filhos de Nanã, um
pouco mais conservadores que o restante da sociedade, desejarem a volta de
situações do passado, modos de vida que já se foram. Querem um mundo
previsível, estável ou até voltando para trás: são aqueles que reclamam das
viagens espaciais, dos novos costumes, da nova moralidade, etc.
Quanto à dados físicos, são
pessoas que envelhecem rapidamente, aparentando mais idade do que realmente
têm.