
Ossanhe é figura de extrema significação, pois praticamente
todos os rituais importantes utilizam, de uma maneira ou de outra, o sangue
escuro que vem dos vegetais, seja em forma de folhas ou infusões para uso
externo ou de bebida ritualística.
Ossanhe tem uma aura de mistério em torno de si e a sua
especialidade, apesar de muito importante, não faz parte das atividades
cotidianas, constituindo-se mais numa técnica, um ramo do conhecimento que é
empregado quando necessário o uso ritualístico das plantas para qualquer
cerimônia litúrgica, como forma condutora da busca do equilíbrio energético, de
contato do homem com a divindade. Essa é a justificativa para o pequeno número
de filhos de Oçanhe.
Os filhos de Ossanhe são aqueles que não permitem que suas
simpatias e antipatias subjetivas e individuais intervenham em suas decisões ou
influenciem as suas opiniões sobre pessoas e acontecimentos.
Essa capacidade de discernimento frio e racional, porém, é o
responsável pela sua falta de interesse. O tipo de Ossanhe é o mais reservado,
pouco intervindo em questões que não lhe digam respeito. Não é introvertido,
mas não se faz notar pela atividade social. Certa aura de mistério ou pelo
menos uma reserva sobre o próprio passado, podem estar presentes, sem chamar a
atenção e evitando que alguém conheça detalhes sobre sua vida pregressa, a qual
geralmente esconde alguma falta importante do passado, possivelmente já
esquecida.
Os filhos de Ossanhe, tem certa atração pela religiosidade e
pelos aspectos ritualísticos da realidade em geral. A ordem, os costumes, as
tradições e os gestos marcados e repetitivos, o fascinam, não no sentido
especificamente reacionário das pessoas que querem a repetição das mesmas e
imutáveis relações sociais , mas nos que elas tem de místico, de teatral. É,
consequentemente, meticuloso, nunca se deixando levar pela pressa ou pela
ansiedade, pois é, caprichoso.