Orixá guerreira, considerada até como uma Iansã velha.
Senhora do rio Obá, na Nigéria, patrocinadora de conflitos, energia que se
desenvolve nos coriscos. Mulher de Xangô.
Na natureza, Obá está ligada às enchentes, às cheias dos
rios, às inundações. É ela quem vai reger todos esses fenômenos, sejam naturais
ou provocados por erros humanos. Seu encantamento é feito desta forma, quando
um rio transborda, inundando tudo.
Obá está presente também nos coriscos, poder que lhe foi
dado pelo marido Xangô, pois ela também tem ligação com a energia elétrica, a
eletricidade. É poderosa, sábia, madura e realista.
Na vida dos seres humanos, Obá rege a desilusão amorosa, a
tristeza, o sentimento de perda, o ciúme, a incapacidade do homem de ter aquilo
que ama e deseja. Obá é a raiva, a solidão, a depressão, o sentimento de
abandono.
Quando nos sentimos traídos, abandonados, sem esperança, com raiva, frustrados em nossos objetivos, desencadeamos
essa força da natureza chamada Obá, que mexe no nosso interior. E a lógica diz
que Obá é a "ultima gota", que faz transbordar nossos sentimentos.
Daí sua regência também nas enchentes e inundações. É um ato de excesso, de
excesso, de explosão, de revolta, desencadeado por esta força cósmica. Se um rio
enche e transborda, é porque não suporta mais o volume de água, deixando
escapar "aquilo que já não cabe mais". Isso é Obá, essa é a sua
regência, seus encantamento, sua influência.
Obá é o desabafo: " já não suporto mais..." , é a
agitação do sentimento indevidamente mexido, afetado por algo ruim.
São pessoas valorosas e incompreendidas. Suas tendências são
um pouco viril. As suas atitudes militantes e agressivas são consequências de
experiências infelizes ou amargas por elas vividas. Os seus insucessos
devem-se, frequentemente, a um ciúme um tanto mórbido. Entretanto, encontram
compensação para as frustrações sofridas em sucessos materiais, onde a sua
avidez de ganho e o cuidado de nada perder dos seus bens tornam-se garantia de
sucesso.