
Sua função mítica é a de mensageiro - é o que leva os pedidos e oferendas do homens aos Orixás, já que o único contato direto entre essas diferentes categorias só acontece no momento da incorporação, quando o corpo do ser humano é tomado pela energia e pela consciência do seu Orixá pessoal (quando a consciência de quem carrega o Orixá desaparece). É Exu quem traduz as linguagens humanas para a das divindades. Por isso, é imprescindível para a realização de qualquer ritual, porque é o único que efetivamente assegura em uma dimensão ( ayé ou orum ) o que está acontecendo na outra, abrindo os caminhos para os Orixás se aproximarem dos locais onde estão sendo cultuados.São muitas as pessoas que têm Exu, como fonte energética principal, mas são poucas as que o sabem.
O arquétipo psicológico associado aos filhos de um Orixá é a síntese das características comportamentais que fazem parte de cada Orixá e que são atribuídas aos seus filhos. Não deve ser encarado como camisa de força que limite os seres humanos, mas guias de comportamento. Essas guias de comportamento ou matrizes , são os Orixás.
No caso dos filhos de Exu, suas características principais seriam a ambivalência e o relativismo, a falta de posturas morais rígidas e inabaláveis, preferindo certo apego à maleabilidade e ao pragmatismo que faz cada situação ser encarada como totalmente independente de outra, cada uma, portanto, merecendo uma saída diferente.
(Texto extraídos do livro Os Orixás , publicado pela Editora Três )